Em: 19/07/2016
Laboratório de Neurobiologia e Toxinologia (LANETOX)
O Laboratório de Neurobiologia e Toxinologia – LANETOX iniciou suas atividades em 2008, através de seus coordenadores, professores Drs. Lúcia Vinadé e Cháriston Dal Belo. Atualmente a equipe do LANETOX conta com dois doutorandos, dois mestrandos e oito alunos de iniciação científica, que trabalham visando contribuir para a elucidação dos mecanismos de ação de compostos neurotóxicos e neuroprotetores de origem natural e sintética, que podem ser futuramente utilizados como medicamentos ou inseticidas naturais. O LANETOX tem interesse também na busca de compostos naturais originários do bioma pampa, como forma de valorização da flora e da fauna regional. O laboratório desenvolve ensaios bioquímicos e fisiopatológicos relacionados ao sistema nervoso central e periférico tanto de mamíferos quanto de outros vertebrados e insetos. Para a realização desses projetos de pesquisa o laboratório possui parceria com outras instituições, como por exemplo o grupo de pesquisa do LAPROTOX da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, diversos grupos do Departamento de Bioquimica da UFRGS e o laboratório LaNeurotox da Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.
Alunos que fazem parte do LANETOX. Da esquerda para a direita, Mayra, Raquel, Etiely, Helena, Carlos, Douglas, Ana Zanatta, Bárbara e Allan.
Atualmente o LANETOX tem investido fortemente na pesquisa com ureases, com venenos e toxinas de origem animal e inseticidas químicos, com enfoque na neurotoxicidade destes agentes. As ureases são proteínas provenientes de plantas e bactérias que possuem ação tóxica para os insetos. Por apresentar essa característica inseticida, o LANETOX vem estudando esse composto, em conjunto com o LAPROTOX, para entender o mecanismo de ação da mesma e futuramente desenvolver produtos inseticidas biológicos que serão menos tóxicos para o meio ambiente, animais e humanos. Outro foco das pesquisas são os venenos de sapo, sabe-se que o veneno de sapos, aranhas e cobras são constituídos por inúmeros compostos que podem atuar como vasoconstritores, antivirais, bactericidas, agentes citotóxicos para células tumorais, antiparasitários, fungitóxicos e várias outras atividades. Visando essas inúmeras aplicações biotecnológicas dos venenos de origem animal, o grupo tem por objetivo descobrir as propriedades do veneno do sapo Rhinella icterica e possíveis aplicações do mesmo. Para a realização dos nossos experimentos utilizamos modelos experimentais vertebrados e invertebrados, ficando a critério do que necessitamos estudar. Com o passar do tempo, temos realizado cada vez mais experimentos utilizando como organismo modelo as baratas, pois sabe-se que esses insetos possuem princípios biofísicos do sistema nervoso semelhantes aos dos mamíferos, tornando-se um organismo alternativo ao uso de vertebrados. O estudo de fármacos com propriedades alternativas do seu atual uso também são estudados no nosso laboratório, como é o caso da metilprednisolona que é uma droga bastante conhecida e utilizada como anti-inflamatório, sobre vias de sinalização envolvidas na memória. A metilprednisolona é conhecida também pela sua capacidade de em baixas doses ajudar na consolidação da memória, porém em altas doses ter efeito nocivo. A ideia central do projeto é analisar o efeito dessa droga sobre a memória. A doença de Alzheimer é uma das principais doenças neurodegenerativas encontradas no mundo, sendo um dos seus sintomas a perda progressiva da memória. Sendo assim, torna-se importante investigar possíveis soluções para a perda da memória.
Preparação da técnica biventer cevicis de pintainho
Preparação de géis de poliacrilamida para realização da técnica de eletroforese vertical
Potencial de ação composto de cordão nervoso ventral de baratas
Cabe informar que todos os protocolos experimentais envolvendo o uso de vertebrados como animais de experimentação seguem as normas nacionais e internacionais de uso de animais em experimentação, tendo sido aprovados pelo CEUA (Comissão de Ética no Uso de Animais) da UNIPAMPA sob processo CEUA: 037/2012 e 011/2012.
Podem fazer parte do grupo de pesquisa do LANETOX alunos que já tenham cursado bioquímica, fisiologia humana e biofísica e principalmente, que tenham vontade de aprender a trabalhar.
Foto de experimento. Da esquerda para a direita: Ana Paula Perin, Professora Lúcia Vinadé, Allan Leal e Barbara Ogata.
Texto: Ana Paula Perin, Allan Pinto Leal, prof Dr. Lúcia Vinadé / Laboratório de Neurobiologia e Toxinologia – LANETOX / Universidade Federal do Pampa